Walnize Carvalho
O menino travesso sorrateiramente entrou no porão da velha casa.
Seus olhos correram os cantos..Encontrou mofo e teias de aranha.
Remexeu baús.Deparou com fotos antigas,quinquilharias e papes de carta.
De repente, em seu olhar uma inusitada chama.Seus olhos pousaram em algo encantador: uma caixa redonda.Lembrou-se da Caixa de Pandora.
Abriu a tampa.
Dela saltou ,para susto e alegria,uma bonequinha de molas a lhe sorrir.
Correspondeu ao sorriso,afagou-lhe a face , brincou com ela.
Tirou a poeira dos seus sentimentos.
O menino travesso cansou da novidade.
Resolveu ir embora.
Tratou de fechar a tampa da caixa colorida.Não teve êxito.
O brinquedo semi-liberto não conseguia voltar para o seu mundinho anterior .
O garoto movido por pressa e tédio jogou a um canto,a distração.
Dos olhos da boneca-palhacinha duas lágrimas mágicas caíram...
A inquieta
Walnize Carvalho
Ela não me dá sossego.
Por sua causa
Atravesso ruas sem ver sinal luminoso
Entro no banho de relógio no pulso
Dou boa-noite em pleno meio dia.
O café esfria na xícara
Perco o sono
Ganho peso
Rabiscos palavras esquecida dos óculos sobre a mesa.
Rego plantas conversando
Ouço pássaros fazendo dueto com eles.
Por sua causa
Falo
Rio
Choro sozinha.
È uma criança inquieta,que só dá trégua
Quando a coloco no lugar que mais almeja: o papel
Ela: a Poesia