Blog pessoal de Ana Paula Motta

Sábado, 22 de Maio de 2010
Foto Rui Teixeira

Pra quem me traz flores
eu faço poemas
eu colho sorrisos
e preparo doçuras

Recebo um flor
molhada de orvalho
com cheiro da noite
e cores de afeto

Parece que assim
os dias que
correm
são sempre de maio
com sabor de manhã
publicado por Ana Paula Motta às 03:07
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Domingo, 27 de Dezembro de 2009

Teve um ano difícil. A decisão de deixar para trás a casa confortável, os amigos, os parentes e até mesmo os meninos adolescentes não tinha sido fácil.
Sua mãe tinha sido uma santa quando trouxe pra ela a responsabilidade por seus rapazes. O marido mais uma vez demostrou um carinho maior que qualquer outra pessoa, decidiu trabalhar menos e comprou aquele chalé no meio do nada.
A filhota, sua bonequinha, sua única companhia de segunda a quinta.
Os meses no campo tinham feito bem,estava mais gorda,é verdade, mas tinha a pele mais brilhante e os cabelos estavam compridos e sedosos. Voltou a gargalhar como antes.
Resolveu transformar a casinha num lugar mágico. O primeiro Natal longe do "mundo", cercada de neve, de vento, de casinhas simples. Uma aldeia, onde todos se conhecem e se cumprimentam com um bom dia.
Tricotou suas primeiras peças, uma meia para esperar o bom velhinho e um cachecol vermelho para sua pequena.
Forno quente, comida farta,presentes na árvore e um presépio singelo. Tinha tantos afazeres que nem viu a hora passar.
Anoiteceu cedo e nem sombra dos meninos e Ele. Um aperto no estômago trouxe de volta emoções que preferia esquecer.
Medo.

Penteou o cabelo da pequenina, pôs o vestido novo. Mesa arrumada, luzes piscando.Lá fora, só o vento.
Resolveu contar uma história, A Pequena Vendedora de Fósforos. Ficaram as duas ali absortas na tristeza da protagonista. Adormeceram abraçadinhas sob a manta xadrez.
Acordaram assustadas com uma lufada de vento gelado. Os homens da casa. Dez e meia da noite. Pai ao piano, risadas alegres. Os meninos encantados com o velho trenzinho deslizando nos trilhos embaixo da árvore. As antigas bonecas de porcelana traziam um brilho especial aos olhos da filha.
Correu para a cozinha, por pouco o rei da ceia não vira carvão. Respirou aliviada. Estava a salvo.
Sentou-se à mesa e sorriu, aos poucos tinha sua vida de volta.


publicado por Ana Paula Motta às 23:51
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Quinta-feira, 24 de Dezembro de 2009

Visita Natalina

Walnize Carvalho

Manhã de vinte e cinco de dezembro.

A menina não foi a primeira a se levantar, como de costume. Nem tão pouco a que procurou bem cedo seu presente no sapatinho ao lado da cama.

A mãe estranhou. Veio olhar. A garota ainda dormia.

Estava tão encolhidinha no canto. Parecia sentir frio. Como, se era verão?

Provavelmente sonhava. Derramava um leve sorriso no canto dos lábios. Os olhinhos andavam. Tremiam. Coisa própria de criança entregue ao sono.

As irmãs já haviam aberto seus presentes e nas poucas vezes que podiam ir à rua (a ocasião do Natal era uma delas) se preparavam para mostrar às colegas da vizinhança suas novas bonecas. Geralmente eram bonecas.

E ela? Porque demorava a se levantar, pois se foi a primeira a deitar-se na véspera, tamanha a ansiedade pela chegada do Papai Noel?

Papai Noel.

Findo o mistério.

A menina acordou.

Com ares de felicidade revelou para os pais que naquela noite viu quando o Bom Velhinho chegou.

Estava muito cansado. Aproximou-se dela.

Ao pé de sua cama sussurrou-lhe para que as irmãs não ouvissem:

_ Menininha, não conta para ninguém! Posso descansar aqui um pouquinho?

Ela permitiu. Encolheu-se para o canto e deixou que ele repousasse...

Obs.: Talvez para uns a história esteja incompleta...

Talvez para outros Papai Noel não exista...

Talvez para alguns o “sonho não acabou”.

Talvez...Talvez...

Bom Natal para todos!



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publicado por Ana Paula Motta às 22:00
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Quarta-feira, 24 de Junho de 2009

Deixa nos teus olhos o brilho e a cor da noite. Da menina que ainda guarda dentro do peito.

Sempre fui apaixonada por festas de São João, desde menina.Hoje não vou resistir,além da ilustração da tradicional Cascata de São João, vim aqui deixar uma recordação de infância.

Eu ainda menina,

Bem pequena,miúda

Me achava a coisa mais linda

Da festa de São João.

E hoje aqui no meu quarto,

Olhos seus fogos e peço

Devolva o meu sorriso

Nessa noite,

São João.

O santo olhou, foi assim

E junto com os fogos trouxe

Meu amor de volta pra mim...


publicado por Ana Paula Motta às 09:12
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Terça-feira, 17 de Fevereiro de 2009

Tinha tudo pra ter um sono agitado.

No dia seguinte era dia de pagar os cartões de crédito, meu pai anda doente, mas desde que coloquei meu corpo sobre a cama intuí que seria diferente.

Comecei a ler, como sempre, um livro para que o sono viesse. Na hora das orações uma sensação de paz invadiu minha alma toda, e as imagens que me vieram foram as mais suaves do mundo.

Fui dormir me sentindo uma privilegiada. Uma aura de tranqüilidade e mesmo de felicidade, uma alegria suave, dessas que não surgem todos os dias.

Tive até um pesadelo com meu cachorro, mas no meio dele o bichinho se acalmava.

Acordei junto com o sol, preparei o leite do meu filho, fiz as orações da manhã (as mesmas imagens estavam lá) e voltei a dormir.

Outra vez um pesadelo me assaltou, literalmente, pois foi com uma tentativa de assalto num banco. Mas o final foi feliz (onde já se viu final feliz num assalto!!??), com tudo resolvido.

O cotidiano continua com seus problemas, tenho contas a pagar, telefonemas a dar, mas acordei sem sobressaltos. Acordei com certezas de que posso dar conta dos obstáculos da vida.

O dia até amanheceu mais fresquinho, com uma brisazinha amiga.

Pois é, carpe diem.

publicado por Ana Paula Motta às 11:01
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