Visita Natalina
Walnize Carvalho
Manhã de vinte e cinco de dezembro.
A menina não foi a primeira a se levantar, como de costume. Nem tão pouco a que procurou bem cedo seu presente no sapatinho ao lado da cama.
A mãe estranhou. Veio olhar. A garota ainda dormia.
Estava tão encolhidinha no canto. Parecia sentir frio. Como, se era verão?
Provavelmente sonhava. Derramava um leve sorriso no canto dos lábios. Os olhinhos andavam. Tremiam. Coisa própria de criança entregue ao sono.
As irmãs já haviam aberto seus presentes e nas poucas vezes que podiam ir à rua (a ocasião do Natal era uma delas) se preparavam para mostrar às colegas da vizinhança suas novas bonecas. Geralmente eram bonecas.
E ela? Porque demorava a se levantar, pois se foi a primeira a deitar-se na véspera, tamanha a ansiedade pela chegada do Papai Noel?
Papai Noel.
Findo o mistério.
A menina acordou.
Com ares de felicidade revelou para os pais que naquela noite viu quando o Bom Velhinho chegou.
Estava muito cansado. Aproximou-se dela.
Ao pé de sua cama sussurrou-lhe para que as irmãs não ouvissem:
_ Menininha, não conta para ninguém! Posso descansar aqui um pouquinho?
Ela permitiu. Encolheu-se para o canto e deixou que ele repousasse...
Obs.: Talvez para uns a história esteja incompleta...
Talvez para outros Papai Noel não exista...
Talvez para alguns o “sonho não acabou”.
Talvez...Talvez...
Bom Natal para todos!
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Deixa nos teus olhos o brilho e a cor da noite. Da menina que ainda guarda dentro do peito.
Sempre fui apaixonada por festas de São João, desde menina.Hoje não vou resistir,além da ilustração da tradicional Cascata de São João, vim aqui deixar uma recordação de infância.
Eu ainda menina,
Bem pequena,miúda
Me achava a coisa mais linda
Da festa de São João.
E hoje aqui no meu quarto,
Olhos seus fogos e peço
Devolva o meu sorriso
Nessa noite,
São João.
O santo olhou, foi assim
E junto com os fogos trouxe
Meu amor de volta pra mim...
Tinha tudo pra ter um sono agitado.
No dia seguinte era dia de pagar os cartões de crédito, meu pai anda doente, mas desde que coloquei meu corpo sobre a cama intuí que seria diferente.
Comecei a ler, como sempre, um livro para que o sono viesse. Na hora das orações uma sensação de paz invadiu minha alma toda, e as imagens que me vieram foram as mais suaves do mundo.
Fui dormir me sentindo uma privilegiada. Uma aura de tranqüilidade e mesmo de felicidade, uma alegria suave, dessas que não surgem todos os dias.
Tive até um pesadelo com meu cachorro, mas no meio dele o bichinho se acalmava.
Acordei junto com o sol, preparei o leite do meu filho, fiz as orações da manhã (as mesmas imagens estavam lá) e voltei a dormir.
Outra vez um pesadelo me assaltou, literalmente, pois foi com uma tentativa de assalto num banco. Mas o final foi feliz (onde já se viu final feliz num assalto!!??), com tudo resolvido.
O cotidiano continua com seus problemas, tenho contas a pagar, telefonemas a dar, mas acordei sem sobressaltos. Acordei com certezas de que posso dar conta dos obstáculos da vida.
O dia até amanheceu mais fresquinho, com uma brisazinha amiga.
Pois é, carpe diem.