Blog pessoal de Ana Paula Motta

Quinta-feira, 24 de Dezembro de 2009

Visita Natalina

Walnize Carvalho

Manhã de vinte e cinco de dezembro.

A menina não foi a primeira a se levantar, como de costume. Nem tão pouco a que procurou bem cedo seu presente no sapatinho ao lado da cama.

A mãe estranhou. Veio olhar. A garota ainda dormia.

Estava tão encolhidinha no canto. Parecia sentir frio. Como, se era verão?

Provavelmente sonhava. Derramava um leve sorriso no canto dos lábios. Os olhinhos andavam. Tremiam. Coisa própria de criança entregue ao sono.

As irmãs já haviam aberto seus presentes e nas poucas vezes que podiam ir à rua (a ocasião do Natal era uma delas) se preparavam para mostrar às colegas da vizinhança suas novas bonecas. Geralmente eram bonecas.

E ela? Porque demorava a se levantar, pois se foi a primeira a deitar-se na véspera, tamanha a ansiedade pela chegada do Papai Noel?

Papai Noel.

Findo o mistério.

A menina acordou.

Com ares de felicidade revelou para os pais que naquela noite viu quando o Bom Velhinho chegou.

Estava muito cansado. Aproximou-se dela.

Ao pé de sua cama sussurrou-lhe para que as irmãs não ouvissem:

_ Menininha, não conta para ninguém! Posso descansar aqui um pouquinho?

Ela permitiu. Encolheu-se para o canto e deixou que ele repousasse...

Obs.: Talvez para uns a história esteja incompleta...

Talvez para outros Papai Noel não exista...

Talvez para alguns o “sonho não acabou”.

Talvez...Talvez...

Bom Natal para todos!



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publicado por Ana Paula Motta às 22:00
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Quarta-feira, 16 de Dezembro de 2009


Desafio proposto pela Ana Martins, e aceito de bom grado,porque gosto de exercícios de escrita e também o tema muito me apetece. Os links dos blogs participantes:
Ana Martins , Luís Bento , Isa Silva , Nuno Gervásio , Vasco Catarino Soares


Nasci quase no Natal, numa terça-feira em 1966. Não é preciso dizer que as minhas festinhas de aniversário tinham como tema essa data. Cresci em meio a essas comemorações quase sinônimo uma da outra para mim.
Lembro-me de um bolo lindo,acho que nos meus cinco anos, em forma de trenó. Mas como em quase todos os meus aniversários, choveu muito e por pouco os convidados nem chegariam,enfim chegaram e me recordo do lindo trenó até hoje.
Tive uma infância feliz, dessas que não inspiram os tristonhos contos de Natal tradicionais, a data sempre foi mágica para mim. Escrevia cartinhas ao Papai Noel, que viria enregar os presentes comprados por meu pai (aqui em casa era isso que diziam),talvez por isso tivesse tanta certeza de ver meus desejos realizados.
Acreditei no bom velhinho até bem grande e me lembro de tê-lo visto algumas vezes,de relance da janela do escritório na casa de meus avós. Só quando eu já era adolescente soube que era meu pai num suéter vermelho que passava correndo, mas o que importava era a magia da coisa.
Tentei fazer com que os Natais fossem tão mágicos para meu filho,mas ele acreditou em Papai Noel por menos tempo,confessou que muitas vezes fingia acreditar para me agradar.
O Natal já não é o que era, não tenho mais avós, minha avó Bande que adorava a data e nos deixou numa manhã de 25 de dezembro,minha avó Anita que adorava castanhas e era minha companheira na hora de comê-las.
Vovó Bande eu seu peru recheado que virava uma roupa velha maravilhosa no dia seguinte, vovó Anita com sua bacalhoada de comer rezando, tia Genilce e o leitãozinho crocante com uma sabor especial.
Agora temos outras tradições, como as fantásticas rabanadas da minha irmã Cecília, meu presunto caseiro, o peru que a cada ano recheio de um jeito diferente, as invenções de bacalhau que Cecília faz como ninguém (tem o tempero igualzinho da vovó Anita!!) e o ponche natalino em versão com e sem álcool. Eu sou a decoradora "oficial" da família e minha irmã Isabella faz os embrulhos com carinho e paciência,sem falar no presépio que acompanha minha mãe desde antes do casamento e que mesmo com o desgaste do tempo tem lugar de destaque na nossa família.

Para as crianças da família, quem sabe, as referências seremos nós.

publicado por Ana Paula Motta às 09:47
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Quarta-feira, 18 de Novembro de 2009

Nem liga se dizem que são coisas de menina.
Chorar fora de hora.
Falar demais.
Lambuzar-se de chocolate amargo.
Brincar de boneca.
Sonhar acordada.
Soltar gargalhadas.
Fazer planos a curto,médio,longo e infinitos prazos.
Gostar de fazer surpresas.
Exagerar alegrias e tristezas.
Escrever poemas de amor.
Morrer de medo da dor.
Andar saltitando mesmo que seja segunda de manhã.
Acordar tarde demais,dormir de madrugada.
Cozinhar e esperar elogios.
Adorar vitrines de Natal.
Rezar pro anjo da guarda.
Achar que tudo vai dar certo, no final.
tags:
publicado por Ana Paula Motta às 00:02
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Quarta-feira, 9 de Setembro de 2009

Mentiras Ai quem me dera uma feliz mentira
que fosse uma verdade para mim!
J. DANTAS

Tu julgas que eu não sei que tu me mentes
Quando o teu doce olhar pousa no meu?
Pois julgas que eu não sei o que tu sentes?
Qual a imagem que alberga o peito meu?

Ai, se o sei, meu amor! Em bem distingo
O bom sonho da feroz realidade...
Não palpita d´amor, um coração
Que anda vogando em ondas de saudade!

Embora mintas bem, não te acredito;
Perpassa nos teus olhos desleais
O gelo do teu peito de granito...

Mas finjo-me enganada, meu encanto,
Que um engano feliz vale bem mais
Que um desengano que nos custa tanto!

Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"
publicado por Ana Paula Motta às 22:50
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Terça-feira, 25 de Agosto de 2009

Vi no poema da Roseana Murray um pedaço de mim que ainda não desaprendeu colher estrelas, sonhar estrelas, viver nas estrelas.

Meu pedaço menina, que ainda é o maior em mim...até quando?



Estrela Cadente

Quando eu estiver

com o olhar distante,

maninha,

com um jeito esquisito

de quem não está presente,

não se assuste,

ó maninha,

fui logo ali,

no quintal do céu,

colher uma estrela cadente.

Roseana Murray

publicado por Ana Paula Motta às 21:19
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Terça-feira, 4 de Agosto de 2009

Por vezes carregava uma dor etérea, como de algumas madonas sacras.

Na maior parte do tempo era alegre como uma cantiga primaveril.

Tinha uma fé quase infantil, fé de menina. Rezava pra anjinhos e santos e era fascinada por velas.

Dos anjos tomou emprestadas as asas.

Anda por ai alada e confusa, mas feliz... ou quase.




publicado por Ana Paula Motta às 18:24
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Quinta-feira, 25 de Dezembro de 2008

"E

RA UMA VEZ uma criança que adorava ouvir histórias...
ela nada mais esperava que viver cada momento,
mas a cada passo dado neste seu mundo de sonhos e fantasia,
pouco a pouco, sem o perceber,
ia encontrando um sentido para a vida..."

Little women

Avozinha Garoa vai cantando
Suas lindas histórias, à lareira.
"Era uma vez... Um dia... Eis senão quando..."
Até parece que a cidade inteira

Sob a garoa adormeceu sonhando...
Nisto, um rumor de rodas em carreira...
Clarins, ao longe... (É o Rei que anda buscando
O pezinho da Gata Borralheira!)

Cerro os olhos, a tarde cai, macia...
Aberto em meio, o livro inda não lido
Inutilmente sobre os joelhos pousa...

E a chuva um' outra história principia,
Para embalar meu coração dorido
Que está pensando, sempre, em outra cousa...

Mário Quintana

("A Rua dos Cataventos")

"E quanto àquela criança que adorava ouvir histórias?
O mais importante que resta disso tudo é que nunca esqueçamos a lição... crianças, jovens ou adultos, no mundo das fadas todos seguimos encantados e... FELIZES PARA SEMPRE !"

Paulo Urban



publicado por Ana Paula Motta às 23:26
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