Minha alma ainda dormia
Meu corpo ainda dormia
Em abril, meio do dia
Sua alma me seguia
Seu corpo me queria
Em abril, meio do dia
Minha alma se perdia
Meu corpo te pedia
Em abril... Meio do dia
Minha alma ainda dormia
Meu corpo ainda dormia
Em abril, meio do dia
Sua alma me seguia
Seu corpo me queria
Em abril, meio do dia
Minha alma se perdia
Meu corpo te pedia
Em abril... Meio do dia
Só agora, doze dias depois é que consigo escrever sobre o assunto. Foram quase trinta anos de amizade. Nos conhecemos na adolescência, ele com catorze e eu com dezessete.
Durante todo esse tempo passamos a maior parte em cidades diferentes e mesmo assim não perdemos a afinidade, o afeto, a cumplicidade. Gostávamos de fazer tanta coisa juntos, futucar lojas baratas atrás de coisas bonitas, tomar café, bater perna sem hora marcada, ir à praia (nossa última ida furou), ir a museus, beber chopp e ir ao cinema (assistimos de tudo e vimos pelo menos dois do Homem Aranha juntos).
Brigamos algumas vezes, mas no outro dia estava tudo bem. Foi no seu ombro que chorei em muitos dias, era você que conhecia meus medos.
Agora você nos deixou. Ficam as lembranças de tanta coisa. Tenho tanto pra dizer, mas lembrar dói, escrever está difícil, talvez um dia.
"Quando o verão morre, as amoras vestem-se de luto." Albano Martins