Blog pessoal de Ana Paula Motta

Sexta-feira, 11 de Novembro de 2011

Hoje deixo meus textos para postar esse vídeo do escritor Mia Couto que sintetiza em sete minutos o que o mundo vive hoje. Um texto escrito com sensibilidade, que raramente se vê quando se trata desse assunto.

sinto-me:
publicado por Ana Paula Motta às 11:11
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Quarta-feira, 2 de Novembro de 2011

Maria Alice é a minha amiga mais próxima. Digo que nos conhecemos desde sempre. Tem uma rabugice única, um bom coração e é a mais passional das criaturas, o que pode ser muito ruim ou muito bom.

Minha amiga tem teorias singulares sobre várias coisas, a teoria sobre a morte e os fatos que a envolvem são de fazer rir.

 

Odeio gente que não sabe se comportar em velório. Velório é lugar de dor e não de contar piadas “para fazer esquecer o sofrimento” como os engraçadinhos inconvenientes apregoam.

Velório não é lugar para roupas coloridas, nem lugar para decotes. Eu já avisei: quem aparecer vestida de maneira inadequada no meu velório vai arcar com as consequências. Eu volto para puxar o pé na mesma noite.

Acho tão bonito uma viúva de luto. Hoje em dia esqueceram o luto. Acho o luto fundamental para a saúde emocional. Ele tem sua razão de ser. É momento de chorar, de coração dorido. Quem não vive o luto paga o preço em algum momento. E para isso um pretinho básico ajuda muito.

Detesto escândalo em velório. Choro verdadeiro não é escandaloso. Desmaios também me irritam. Quem sofre de verdade, chora, chora sem som, abraça os amigos, molha o rosto sempre que sente um nó na garganta. Gente que ameaça se jogar no túmulo para mim é sem educação e falsa. Quem sofre, apenas chora, chora muito. Se usar óculos escuros fica sem dúvida um choro beirando á perfeição.

Gosto de véus negros, pena que hoje quase ninguém usa chapéus com véu então... No velório do meu marido ameacei usar um chapéu, fui demovida da idéia. Usei meu véu negro e um terço. Chorei muito. Gosto de chorar.

Usei um mês de luto fechado e outros tantos de luto menos rigoroso. Vivi minha dor. Sobrevivi.


Essa é apenas a primeira das histórias da minha amiga, vou contar sempre que der vontade. Seu nome foi trocado por razões óbvias. 

sinto-me:
publicado por Ana Paula Motta às 19:28
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Já vi e adorei o filme :)
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