Varre de dentro
o solzinho tímido.
Varre de dentro
o solzinho tímido.
Postagem antiga do Todos os Sonhos de Abril do Clube de Leituras.
AdalorÁfricoAlísioAragemAuraAustroBrisaCicloneEspiroEuroFuracão
Garbino
LariçoLestadaLevanteMareiroMistralMinuanoMonçãoNortadaOressa
Pampeiro
RafadaRajadaRedemoinhoSirocoSobreventoSuestadaTerralTornado
Tramontana
TravessãoTufãoVendavalViraçãoXamalZoeira
Tudo isso é vento
É desassossego em mim
Poema originalmente postado em 17 de novembro de 2008
“Em sonhos sou igual ao moço de fretes e à costureira. Só me distingue deles o saber escrever. Sim, é um acto, uma realidade minha que me diferença deles. Na alma sou seu igual.”
Livro do Desassossego – Bernardo Soares (Fernando Pessoa)
Há dentro de mim uma paisagem
entre meio-dia e duas horas da tarde.
Aves pernaltas, os bicos
mergulhados na água,
entram e não neste lugar de memória,
uma lagoa rasa com caniço na margem.
Habito nele, quando os desejos do corpo,
a metafísica, exclamam:
como és bonito!
Quero escrever-te até encontrar
onde segregas tanto sentimento.
Pensas em mim, teu meio-riso secreto
atravessa mar e montanha,
me sobressalta em arrepios,
o amor sobre o natural.
O corpo é leve como a alma,
os minerais voam como borboletas.
Tudo deste lugar
entre meio-dia e duas horas da tarde.
O calor faz mal ao juízo, faz as noites mal dormidas.
Desperto com uma certa ressaca sem álcool.
Tenho piedade dele, que lê Kafka aos catorze anos.Saudade de quando o via, aos seis, a voar nos jogos de quadribol do Harry Potter.
Eu e uma certa angústia, aos quarenta e três, com o turbilhão do Barroco Tropical do Agualusa. Me perco no labirinto das palavras, tenho pesadelos.
Anseio por uma nuvem macia nos campos de Jane Austen.
Vastas emoções, pensamentos imperfeitos... totalmente, eu, domingo e bibliotices (neologismo que me lembra o Milagrário Pessoal)...